REUSE THE LAKE CHAPEL

RECONSTRUINDO A FÉ ATRAVÉS DOS TEMPOS

No caminho da Via Francigena, surge um novo projeto cultural, com o objetivo de promover a arquitetura, a história, a religião e o patrimônio cultural para transformar as ruínas em um Patrimônio Vivo e buscar inspiração na história do lugar, na paisagem pitoresca onde a cultura da peregrinação está inserida.

Pela fé que guia a peregrinação dos fiéis, os antigos caminhos da Via Francigena são reativados com o objetivo de oferecer uma estrutura importante para reacender a fé da antiga igreja de San Giovanni em Val di Lago e torná-la um espaço presente no cotidiano da região e da Itália.

É possível perceber claramente a separação entre o que é novo e o que representa o passado, de forma equilibrada e inteligente, para projetar as novas acomodações para os peregrinos nos setores de hospitalidade, cultura, fé, entretenimento e áreas comuns.

O projeto é concebido como uma espécie de peregrinação arquitetônica, uma jornada entre a atmosfera histórica do lugar e os espaços contemporâneos das novas edificações. Isso se reflete em seus amplos espaços e grandes aberturas, em seus materiais e na organização do programa. Pequenas aberturas e delicados pontos de luz, em meio a paredes predominantemente cegas, remetem à igreja católica de San Giovanni em Val di Lago, oferecendo vistas panorâmicas que emolduram a paisagem medieval italiana.

A arquitetura do espaço de acomodação e peregrinação propõe dois tipos de hospedagem para os peregrinos descansarem: suítes para 1 a 2 pessoas e quartos coletivos para 8 a 10 pessoas em cada acomodação. Para a gestão e funcionamento do espaço cultural, o projeto prevê um bloco com setor de hospitalidade, cafeteria, administração, cozinha e funcionários para orientar os peregrinos que chegam ao local.

O projeto conta ainda com uma área ao ar livre para os peregrinos que desejarem ficar em tendas, uma expansão do programa de necessidades dos fiéis com sua própria infraestrutura simples, próxima à área de camping.

A arquitetura é conceito e alma aplicados em formas puras revestidas com cal branca, destacando-se na paisagem retorcida e absoluta dos olivais. A pedra Apricena, um material calcário extraído da região da Itália em tons que variam entre bege, marfim e rosa, foi utilizada em diferentes partes da arquitetura para peregrinos em suas superfícies variadas, criando um diálogo inédito com o existente.

A Igreja de S. Giovanni
A intervenção recria, sob as ruínas da igreja octogonal e o novo espaço, a sacristia e os bastidores, um telhado branco em concreto armado, um telhado puro que ressignifica um novo traço das riquezas gravadas na igreja histórica e contadas por meio de artes pitorescas sob a tela branca do teto da igreja em seu ambiente interno. Para sinalizar a chegada dos peregrinos ao centro cultural, projeta-se uma torre sineira com o objetivo de ser um ponto de referência visual e sonoro no novo horizonte, guiando os peregrinos que chegam para renovar sua fé ao longo dos tempos de sua peregrinação.